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Ofertas expressivas do feijão carioca deixam o mercado competitivo e os preços instáveis

A cadeia do feijão vem sentindo há meses o efeito das ofertas expressivas do feijão carioca, seja na zona cerealista ou nos locais de produção.


Ofertas expressivas do feijão carioca deixam o mercado competitivo e os preços instáveis

 

A cadeia do feijão vem sentindo há meses o efeito das ofertas expressivas do feijão carioca, seja na zona cerealista ou nos locais de produção. Porém, vale colocar que em meio a esta safra, é coerente lembrarmos que trata-se de uma situação de total normalidade, já que há alguns anos a produção estava sendo limitada devido ao excesso de chuvas em algumas regiões.

 

Portanto, é válido comentar que apesar das situações climáticas que também preocupam a cadeia do feijão durante o período de plantio, desta vez não houve quebra nas safras, apenas perdas de produtividade como aconteceu recentemente com as safras da região sul do país. Contudo, os produtores conseguiram colher, e graças à tecnologia de colheita, tiveram acesso ao beneficiamento e secagem dos grãos. Assim sendo, o mercado não sentiu tal perda. 

A conclusão desse processo é que as safras seguintes foram se encontrando e, sendo assim, hoje temos uma boa colheita, com exceção da região nordeste, que se encontra em fase de desenvolvimento das lavouras. Por outro lado, as quatro regiões do país possuem feijão seja em estoque ou para colher. O resultado disso tudo se traduz na frustração com os preços atuais, e ainda com a concorrência que veio junto com tal cenário. 

 

Estados como Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rondônia, estão se auto abastecendo e disputando outras regiões, a exemplo da região nordeste, que inclusive está sendo responsável pelo escoamento do feijão, incluindo também o Estado de São Paulo.

 

O cenário de calmaria nos preços se estende para todas as regiões. Os preços ao produtor chegam com o mínimo de R$ 70,00 (padrão comercial), R$ 80,00/sc (padrão intermediário) e R$ 90,00/sc para os melhores padrões.

 

A postura do produtor automaticamente é se preservar, retirando-se do mercado e buscando manter o preço em no mínimo R$ 100,00/sc. Porém, diante de um mercado com volume expressivo de ofertas e de grande concorrência, ficou difícil segurar.

 

Um detalhe importante a ser colocado também é que a concorrência já atingiu os atacadistas. Estivemos em contato com alguns empacotadores de regiões distintas, e os comentários seguem a mesma linha, ou seja, o preço do fardo atinge uma média entre R$ 50,00 e R$ 55,00 (padrão comercial), R$ 60,00 e R$ 65,00 (padrão intermediário) e R$ 75,00 ? 80,00 (padrão extra). De acordo com os compradores, esses números servem como base, porém existe uma concorrência e a variação quase sempre vai para baixo, chegando a diferença entre R$ 3,00 e R$ 5,00 a menos, no momento de abastecer o mercado varejista, se tornando um grande gargalo para o setor atacadista. 

 

Com toda esta situação instaurada, e um país que consome apenas 16,5kg/ano, a cadeia do feijão não consegue vislumbrar um novo cenário para os preços do feijão. Com safra em andamento e a colheita acontecendo no centro do sul país, só resta para a cadeia a alternativa de operar com cautela.

 

Vale explicar que os produtores nordestinos estão mais uma vez passando por adversidades climáticas (ver análise da Conab). Porém, para satisfação desses produtores, espera-se que em breve haja uma melhora no clima. Os prejuízos não ficaram apenas com os fornecedores (sementes/defensivos/empréstimos), mas também com os colaboradores, pois grande parte da região ainda colhe de forma manual. Contudo, notou-se uma migração por outra cultura, neste caso o milho, que inevitavelmente provocou uma redução da área plantada.

Estoque

Além do excesso de ofertas, é bom lembrar que existem as ofertas que ficaram represadas há aproximadamente dois meses atrás. E aqueles produtores que seguraram o feijão em meios a tantos comentários (safra paranaense), acreditaram que a safra não seria um sucesso, tiveram prejuízos, uma vez que não aproveitaram o momento oportuno. 

 

Ainda no tocante ao Nordeste, sabemos que este estado é um potencial comprador, e se ocorrerem perdas expressivas, o risco do mercado é de manter-se estável e com pequenas variações ao longo do período.

Resumindo

Se tudo transcorrer normalmente com a safra do nordeste, a tendência do mercado é de mais recuo nos preços para desespero da classe produtora. Se as perdas forem expressivas, o mercado só se beneficiará com a estabilidade nos preços.

 

O fato é que, a política do momento é de concorrência em nível nacional, pois o volume de ofertas é maior do que a demanda.  A ausência de compradores em algumas regiões tem sido provocada pela alta concorrência, onde na maioria das vezes os compradores nem precisam se deslocar para adquirir mercadorias. Essa facilidade também atinge os preços, que diante da alta oferta de feijão,  tornam flexíveis as negociações.

Tendo acesso aos boletins diários divulgados pelas redes e sociais e em sites especializados, os compradores acompanham os negócios na zona cerealista e também fora dela. Portanto, seguem se atualizando e ainda ditando alguns preços conforme suas necessidades.

Segue abaixo o link da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que dá acesso o  levantamento das três safras.  A análise foi concluída no último dia 10/07/2018. 

 

Rose Almeida

Negócios & Mercado

 

 

 


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