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Feijão carioca estagnado, feijão preto em alerta e previsão de clima desafia colheitas
O mercado de feijão carioca segue travado, sem novos negócios fechados ao longo do dia. O cenário, que já vinha sendo percebido desde o pregão da manhã, se manteve durante o período da tarde, refletindo a total ausência de liquidez. A oscilação recente nos preços tem gerado insegurança entre compradores, o que colabora para a paralisia nas negociações.
Apesar disso, ainda circulam no mercado volumes residuais da semana passada, especialmente de feijões extras, cujas vendas foram concretizadas entre R$ 290,00 - R$ 305,00/sc. No entanto, novas movimentações seguem tímidas, com a maioria dos agentes apenas monitorando o mercado.
Oferta futura pressiona o carioca
As atenções agora se voltam para a safra de pivô nos estados de Minas Gerais e Goiás, cuja colheita está prevista para a primeira quinzena de junho. Mesmo que as entradas não sejam expressivas, elas podem impactar os preços, especialmente dos feijões cariocas extras, hoje escassos.
A expectativa é que o mercado siga calmo nos próximos dias e, caso a demanda permaneça fraca, novas baixas podem ocorrer, levando os preços a recuar ainda mais. Essa perspectiva tem incentivado muitos corretores a fecharem negócios diretamente nas lavouras, evitando custos com intermediação da bolsa.
Feijão preto: estabilidade com viés de alta
O cenário do feijão preto é diferente: há abundância de ofertas, mas o desafio agora é vender. Os preços chegaram a um patamar mínimo e não há mais espaço para quedas. A expectativa para o curto e médio prazo é de recuperação gradual dos preços, principalmente dos grãos extras, que nas lavouras já são cotados entre R$ 150,00 e R$ 160,00/sc.
A possível valorização, no entanto, não deve ser imediata. Os produtores seguem firmes em suas pedidas e resistem à pressão do mercado.
Fatores climáticos: risco de impacto na colheita e na qualidade
As previsões indicam queda acentuada de temperatura e chuvas na região Sul. Caso ocorram geadas, há risco de dano severo às lavouras de feijão preto. Ainda que não sejam eventos confirmados, a possibilidade já tem antecipado colheitas, o que pode comprometer a qualidade do grão, resultando em produtos com coloração desigual ou alta umidade.
Essa possível variação pode ampliar a distância de preços entre feijões comerciais e extras, com diferenciações claras na faixa de valores: feijão extra em torno de R$ 160,00/sc, comercial bom em R$ 130,00/sc, e lotes mais fracos entre R$ 100,00 e R$ 110,00/sc.
Comparativo com o Pregão da Manhã
Se o pregão da manhã já sinalizava um mercado travado, o pós-pregão apenas confirmou a inércia. Nenhuma nova negociação relevante foi registrada e os preços continuam apenas como referência. A expectativa agora se concentra no comportamento da demanda nos próximos dias, especialmente diante das novas colheitas e fatores climáticos que podem influenciar o abastecimento e a qualidade do produto.
Rose Almeida
Negócios & Mercado
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